Esta obra é um autorretrato que explora como encontro força e empoderamento na minha cultura enquanto Angolana. Reflete o papel central da minha herança na formação da minha identidade, sendo uma fonte de confiança e poder. A chave e ponto focal da peça é a Samakaka, um tecido "capulana" da tribo Mumuila, do sul de Angola—uma vestimenta que raramente uso, o que critica a forma como muitos angolanos se distanciam de elementos culturais tradicionais, tentando assimilar-se ao mundo ocidental. A obra revela a contradição pessoal e colectiva de sentir-me empoderada ao reconectar-me com as minhas raízes, simbolizando o regresso a casa.

O véu distorcido do mesmo tecido cobre-me, representando os aspectos desconhecidos da minha cultura ainda por descobrir. Também faz referência à névoa simbolizando as minhas dúvidas sobre o regresso a Angola e o desafio de equilibrar o orgulho e patriotismo com a escolha de viver no estrangeiro. A obra reflete a tensão entre identidade pessoal e responsabilidade colectiva, abordando as complexidades do pertencimento e da autodescoberta.